26 de novembro de 2016

Morreu a máquina do tempo!



O Fidel é uma daquelas figuras que fazem parte da história.
Mas a morte dele significa que o tempo passou e que afinal não somos imortais.

A minha opinião sobre ele é muito dividida.

Gosto do Fidel pela utopia, pela educação, pela saúde, pela arte, pela riqueza cultural. Não gosto do que foi inflingido ao Reinaldo arenas, e aos atletas que fugiram e aos que morreram na travessia para Miami e a tantos outros que tiveram as mesmas limitações e foram obrigados a sair da sua cuba libre, por não serem livres.
Não gosto dele pelo que teve que viver o Pedro Ruan Gutierrez para escrever a trilogia suja de Havana, mas adorei ler aquela realidade naquelas palavras sujas como é a Havana do Fidel, aquela que não conheço.

Mas a realidade é que há figuras que definem o espírito do tempo. E, para bem ou para mal ele era uma das figuras que definiam o tempo. Representava um tempo em que havia os maus e os bons e em que normalmente eram dois lados.
Agora há 500 tons de cinza e fazem filmes sobre as outras nuances e tudo é muito rápido, tão rápido que até o Fidel morreu e não tive tempo de ir a cuba.
Essa cuba, a cuba libre, também morreu. Nasce outra. E vamos todos (vamos?) achar uma maravilha as melhorias e a evolução imobiliária e comercial que sabemos que terão lugar nesse novo País. E todos, ao mesmo tempo, teremos saudades dessa cuba, a cuba do Fidel, a Cuba que eu conheço sem ter visitado, a cuba do que poderia ter sido.
A cuba onde o tempo parou durante um instante em que se podia ver o passado.
A cuba da pintura esmaecida, dos carros, a cuba do rum a cuba em que as putas são formadas.

Sobre cuba, quem foi foi, quem não foi vai ler nos livros e perguntar aos que foram.
E tu, foste à cuba do Fidel?